O governador da Bahia, Rui Costa, fez o anúncio do edital de licitação para realização das obras no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho. O patrimônio histórico, datado do século XVI, será contemplado pelo Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), por meio da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-Ba), com um investimento de aproximadamente R$ 26 milhões em obras de restauração e recuperação, englobando o casarão e seu entorno.
A reforma prevê o restauro da casa grande, capela e da antiga fábrica; bem como serviços de paisagismo e a construção de um complexo museológico com integração entre ecologia, etnografia, arqueologia, história e arte.
Atracadouro
Além da requalificação do museu e do seu entorno, outra obra importante para o local será a recuperação do atracadouro, cuja licitação já está em fase de conclusão. Esta estrutura náutica será resolvida a partir da ponte de acesso existente, que será totalmente recuperada, com aproveitamento da fundação (estacas). O mesmo ocorrerá com o pier fixo. Entre outras obras previstas está a implantação de uma ponte articulada móvel. O valor previsto do investimento é em torno de R$2 milhões.
Para o secretário do Turismo, Fausto Franco, "é importante que os órgãos públicos se unam para que as ações sejam feitas em conjunto, potencializando a atuação do Governo da Bahia nas diversas áreas”. O museu está localizado em Candeias, a 60 km de Salvador, onde funcionava o Engenho Freguesia. A intenção com as intervenções é incorporar o museu ao roteiro turístico da região, focando nos segmentos cultural, histórico e náutico, este último decorrente à sua localização.
O museu
Erguido no século XVI, à margem da Baía de Todos os Santos, em Caboto, distrito de Candeias, o antigo Engenho Freguesia foi transformado em museu-casa em 1971, devido ao seu valor histórico e a sua importância para a região do Recôncavo Baiano. Construído em terras doadas pelo então governador-geral do Brasil, Mem de Sá, o casarão foi alvo das invasões holandesas, em 1624, e vivenciou momentos de apogeu na produção de açúcar até a segunda metade do século XIX. Quando as leis abolicionistas passaram a vigorar no país, o engenho entrou em decadência e, em 1890, as moendas de cana-de-açúcar foram desativadas.
Seu conjunto arquitetônico inclui casa-grande com 55 cômodos, fábrica e capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Freguesia. O acervo é composto das coleções: imaginária, mobiliário, paramentos, indumentária, desenho, pintura, cerâmica e fotografia, além de peças de tecnologia rural e industrial e instrumentos de suplício. Atualmente, devido à realização de obras para recuperação física do seu conjunto arquitetônico, o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho está fechado para visitação.
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