* Por Claudio Sampaio

Com a proximidade do Verão e do período de férias, as atividades embarcadas como passeios, pescarias e mergulhos aumentam em todo litoral brasileiro. Devido a um velho e prejudicial costume, muitas âncoras continuam sendo lançadas nos recifes, causando prejuízos para todos.
Âncoras são equipamentos de segurança, obrigatórios nas embarcações, mas seu mau uso tem sido destacado nos últimos anos, especialmente com o desenvolvimento dos mergulhos, quando imagens de âncora quebrando corais e arrancando esponjas, búzios, ouriços e estrela do mar causaram o espanto de muitos.

Embora conhecidos e até publicados em estudos científicos (veja Giglio e colaboradores, 2017), esse problema é pouco discutido nos centros náuticos, iates clubes e portos pesqueiros.
Âncoras podem quebrar corais centenários, matando diversos animais que crescem lentamente e que contribuem para a manutenção da vida nos recifes, além de danificar sítios arqueológicos, como os naufrágios históricos.
Nos recifes e naufrágios as âncoras podem ficar presas, fazendo com que sejam abandonadas, gerando mais estrago para o recife, que além de mais pobre (devido a morte de corais e outros organismos), mais feio (com a ancora presa no recife) e problemas para a embarcação, que ficou sem um equipamento de segurança.
As embarcações devem ser ancoradas em fundos de areia ou cascalho, evitando prejuízos e garantindo a segurança de todos.

Se você quiser saber mais, procure o artigo: Giglio VJ, Ternes MLF, Mendes TC, Cordeiro CAMM, Ferreira CEL (2017) Anchoring damages to benthic organisms in a subtropical scuba dive hotspot. Journal of Coastal Conservation 21(2): 311-316.
* Claudio Sampaio é biólogo, professor da Universidade de Alagoas (UFAL), do Laboratório de Ictiologia e Conservação da Unidade Penedo.
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