O comportamento de alimentação de peixes recifais nos recifes baianos são monitorados utilizando câmeras subaquáticas como essa demonstrada na foto - o que ajuda a entender os processos biológicos do ecossistema. Essa estrutura foi desenvolvida pelo Projeto Corais da Bahia para avaliar os impactos da abundância do Coral-Sol invasor sobre as atividades de alimentação de peixes sobre algas e corais nativos nos recifes da Bahia.
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Resultados de pesquisas realizadas pelo Projeto demonstram os impactos da invasão do Coral-Sol (Tubastraea tagusensis e T. coccinia) sobre as interações entre peixes recifais e espécies bentônicas nativas. Câmeras subaquáticas foram utilizadas para filmar o comportamento de alimentação de peixes sobre algas e corais nativos em áreas com diferentes percentuais de cobertura do coral-sol. Não foi observado predação dos peixes nativos sobre o Coral-Sol e as áreas onde a abundância desse coral invasor foi alta (21%) os peixes tiveram uma redução do número de mordidas sobre espécies de algas e corais nativos. Esse efeito da abundância do coral invasor ocorreu principalmente sobre o grupo trófico de peixes "herbívoros errantes" (peixes que se alimentam geralmente de algas e detritos do substrato) que inclui os peixes conhecidos popularmente como budiões ou peixe-papagaio como a espécie Scarus zelindae e os barbeiros ou cirurgiões como a espécie Acanthurus coeruleus.
A densidade dos peixes herbívoros errantes também foi menor nas áreas dominadas pelo coral-sol. Os autores comentam que as armas químicas (alcalóides) do coral-sol podem inibir a predação dos peixes e as áreas dominadas por esse invasor podem estar sendo evitadas por peixes "durante a hora do almoço". Como a atividade de alimentação dos peixes sobre o substrato contribui para o bom funcionamento dos processos do ecossistema, o efeito do coral-sol pode ter alterado a dinâmica e funções dos recifes de corais estudados. Por fim, os autores sugerem que ações de manejo sejam implantadas para controlar novas introduções sobre as plataformas de petróleo (principal vetor de introdução) e controlar a abundância do coral-sol mantendo a cobertura percentual no substrato abaixo do limiar de 21%.
Foto: Ricardo Miranda
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