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  • Foto do escritorMar Bahia

Salve a Pedra de Yemanjá!


* Por Elcia Clara Gomes Almeida

Popularmente conhecido como Pedra de Yemanjá, o coral Meandrina Brasiliensis é endêmico do Brasil, podendo ser encontrada desde o Maranhão até o Espírito Santo. Essa espécie possui coloração distinta a depender da profundidade que é encontrada, variando desde a cor marrom amarelado, em águas mais rasas, a vermelho escuro em águas mais profundas. Com forma ovalada, podem atingir até 15 cm de comprimento e tem preferência por águas claras e rasas. A Pedra de Iemanjá pode ser encontrada solta na areia, em bancos de gramas marinhas e em recifes de coral.


Coral Pedra de Iemanjá (Meandrina brasiliensis) fotografada no Banco dos Abrolhos, Bahia. Foto de Manoela Lelys.

A Pedra de Yemanjá está presente na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais) e Lista Brasileira de Espécies de Invertebrados Aquáticos Ameaçados (Decreto MMA 445/14), onde consta que os dados sobre esta espécie são considerados deficientes, sendo então necessárias mais pesquisas para compreender a biologia desta espécie e o grau de ameaça ao qual ela está exposta. De acordo com a Lei de Crime Ambiental Brasileira 9.605/98, a coleta desta e das demais espécies de corais brasileiros é proibida. Entretanto, já se sabe que suas populações vêm diminuindo drasticamente devido a diversas ameaças, como aquecimento global, destruição dos recifes, poluição marinha e a coleta ilegal para venda como “souvenir”.


Na Bahia, os esqueletos desses corais são vendidos em vários pontos turísticos desde o Farol da Barra, praia do Forte e Ilha dos Frades. Além disso, também não é difícil encontrar sites na internet que oferecem ilegalmente os esqueletos mortos dessas e de outras espécies de corais para venda. Vale lembrar que esses organismos desempenham papel importante tanto no crescimento dos recifes, quanto na ciclagem de carbonato de cálcio dentro desses ecossistemas e que em muitos recifes de coral da Bahia já está bem difícil de encontrar a Pedra de Iemanjá. Para que todos possam ajudar na conservação desse lindo e importante coral, é necessário não compactuar com esse mercado de venda de organismos marinhos, ou seja, não compre, e se possível denuncie sempre que encontrar alguém vendendo. Vamos deixar as belezas do mar no mar!


* Elcia Clara Gomes Almeida é bióloga, Mestra em Sistemas Aquáticos Tropicais

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