Em março de 2023, a Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (SETUR-BA) inaugurou a Base Náutica da Penha, em Salvador. O espaço será administrado pelas empresas Gurupes Ltda e Marina Aratu Ltda, que farão também a gestão da Marina de Itaparica, Cacha-Pregos e Salinas da Margarida.
Os equipamentos náuticos integram as intervenções do programa de fomento ao turismo (Prodetur), executadas pelo Governo do Estado no entorno da Baía de Todos-os-Santos. As obras das quatro bases (incluindo a de Cacha-Pregos) estão orçadas em R$ 76 milhões, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Setur-BA) e a contrapartida estadual.
Para falar mais um pouco sobre o assunto, o MAR BAHIA conversou com o empresário Antonio Barreto, que estará à frente da condução destes novos equipamentos por um período inicial de seis meses. Confira:
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MAR BAHIA - Para começar, vamos falar um pouco sobre a sua história com a náutica, tanto como velejador como administrador da Marina Aratu, uma das primeiras construídas na Baía de Todos-os-Santos.
ANTONIO BARRETO - A Marina Aratu foi fundada em 1996, na área onde existia a fabrica de cimento Aratu, na qual eu era o gerente de Mineração Marinha. Com o fechamento da fábrica, montamos a marina e hoje já contamos com quase 700 embarcações em nossas vagas. Como velejador, tivemos bastante experiências por esse mundo a fora, tendo feito 17 Regata Recife Fernando de Noronha (Refeno), competido em regatas na França e grandes viagens internacionais com outros comandantes, incluindo Aleixo Belov.
MB - Quais são as marinas que vocês administrarão durante o período previsto de 20 anos - dentro deste processo de concessão do Estado à iniciativa privada?
AB - Este contrato agora é emergencial e por até seis meses apenas. Neste período haverá a licitação final para a operação, por 20 anos, das quatro marinas citadas.
MB - Existe a possibilidade de administração de outros equipamentos, além dos já anunciados?
AB - Sim, criamos a marca MARINAS BTS e temos planos para operar mais unidades.
MB - O que os motivou a aceitar esse grande desafio de gestão, após uma longa espera e expectativa da comunidade náutica para o uso destes equipamentos?
AB - Nosso maior interesse foi poder colaborar na preservação deste patrimônio náutico, que vinha sendo depredado pelo mal uso. Agora, com nossa administração haverá um ordenamento no seu uso e manutenção dos equipamentos.
MB - As operações já estão acontecendo normalmente em suas capacidades totais nas respectivas marinas?
AB - Não, neste período só haverá o uso dos píeres flutuantes e vestiários. A estadia máxima será de quatro dias e gratuita.
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MB - Existe uma previsão/cronograma para que os equipamentos estejam funcionando em sua plenitude?
AB - Sim, decorrido estes 6 meses para a licitação final.
MB – Uma das questões mais debatidas no setor náutico é a qualificação de mão-de-obra para atuação neste mercado específico. Como você avalia o cenário atual?
AB - Toda a mão de obra será treinada pelo pessoal da Marina Aratu, que já tem 25 anos de experiência no ramo. Inclusive, já contratamos pessoas que foram preparadas nos cursos oferecidos pela SETUR.
MB - Acredita que uma maior oferta de equipamentos estimule uma melhor formação de capacitação desta mão-de-obra?
AB - Sim, vamos precisar muito desta capacitação da mão-de-obra local.
MB - Quais são as suas perspectivas para o crescimento e atuação do setor náutico na Baía de Todos-os-Santos nos próximos anos?
AB - O objetivo principal desta nova estrutura será fomentar o turismo náutico, com a criação de novos roteiros, partindo dessas marinas. Também haverá a oferta de mais vagas secas e molhadas, permitindo o crescimento do mercado de novas embarcações.
CONFIRA A ESTRUTURA PROJETADA PELA SETUR PARA AS RESPECTIVAS MARINAS, APÓS A CONCESSÃO DEFINITIVA:
BASE NÁUTICA DA PENHA
•Lobby, recepção geral, salas de gestores, salas de qualificação profissional, auditórios, recepções e salas de espera;
•Galpões com 96 vagas secas e píeres com 48 vagas molhadas;
•Rampa de acesso ao mar;
•Oficina para manutenção de embarcações, depósitos e pátio de serviços;
•Arena Multiuso para venda de roteiros turísticos;
•Loja de Conveniência;
•Restaurante, café, refeitório e copa;
•Sanitários masculino, feminino, PNE e vestiários;
•Estacionamento com 27 vagas;
•Promoção de eventos associados à atividade-fim das marinas, a exemplo de competições náuticas.
MARINA ITAPARICA
•Ponte de acesso;
•Ponte móvel;
•Flutuante para atracação;
•Área com 36 vagas secas e píeres com 114 vagas molhadas;
•Rampa de acesso ao mar;
•Sanitários masculino, feminino, PNE e vestiários;
•Posto para abastecimento de embarcações.
•Restaurante, café, refeitório e copa
MARINA SALINAS
•Urbanização com projeto paisagístico, bancos fixos e iluminação pública
•80 vagas secas e píeres com 19 vagas molhadas;
•Oficinas para manutenção de embarcações, depósitos e pátio de serviços;
•Rampa de acesso ao mar;
•Sanitários masculino, feminino, PNE e vestiários;
•Estacionamento com 83 vagas, sendo 3 para ônibus e 7 para PNE
•Ponte de acesso;
•Ponte móvel;
•Flutuante para atracação;
•Terminal com recepção, lanchonete, bilheteria e sanitários;
•Posto para abastecimento de embarcações.
Também senti falta da Marina de Cacha Pregos
E a Marina de Cacha Prego?