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  • Foto do escritorMar Bahia

Azul da cor do mar: Coral invasor é encontrado no Porto da Barra

*Coluna Mergulho | Por Robson Oliveira e Tatiane Aguiar

A chegada dos organismos da família Clavulariidae e Xeniidae na praia do Porto da Barra vem chamando a atenção de biólogos e mergulhadores em Salvador. De coloração azul, o popularmente chamado Coral Xenia, possivelmente decorreu da atividade de aquarismo, onde esses animais foram descartados na região do trampolim da Barra.


Por serem espécies nativas do Indo-Pacífico e do Mar Mediterrâneo, tendo potencial de causar danos às espécies locais, através de processos competitivos, esse corais são considerados bioinvasores, possuindo assim uma grande capacidade de reprodução e resiliência. Isso permite que ele sobreviva a condições extremas. Os impactos previstos para cenários de bioinvasão são a perda da biodiversidade local, eventos de hibridização e prejuízos aos serviços ecossistêmicos oferecidos pelos recifes de coral.

Foto: Submerso Sup Dive

O presente estudo, tem como objetivo a coleta de informações sobre a porcentagem de cobertura recital desses organismos, traçando assim um cenário realístico da situação atual, assim como o aprimoramento de protocolos mais rápidos e eficientes para a detecção precoce da chegada de bioinvasores marinhos, o que é fato primordial para a rápida tomada de decisões, possibilitando mais celeridade e eficiência no manejo e monitoramento desses eventos. Essa detecção rápida também é importante para diminuir os possíveis impactos de uma bioinvasão, como por exemplo a queda populacional e até mesmo a extinção de espécies de peixes e outros organismos associados aos recifes.


Ainda não se sabe o real impacto desse coral invasor na praia da Barra, apesar de não ter sido detectado nenhum risco de zoonose, ou seja, não há até o momento, indícios de que esse animal cause qualquer patologia ao ser humano. Entretanto, exemplos mundiais mostram que desequilíbrios em ambientes marinhos podem causar queda do estoque pesqueiro local, o que afetaria diretamente as populações que vivem da pesca.


O estudo é importante, pois trata-se de um coral novo, uma espécie que estamos começando a conhecer e a introdução dele no nosso meio pode causar vários impactos que ainda não sabemos. Além disso, a pandemia nos trouxe ainda mais dificuldades na realização da pesquisa, pois a Fapesb ainda não se pronunciou sobre a prorrogação do prazo de entrega, nem da prorrogação das bolsas, fato que é extremamente necessário para que a mesma se realize, visto que houve uma paralização de pelo menos cinco meses nas coletas, sendo praticamente impossível finalizar a pesquisa no prazo normal.

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