Idealizado por Agatha Wicks e Márcia Tatta Motti, da Ellas Produções, o Festival Náutico Outubro Rosa encantou ao unir solidariedade, cooperação e sustentabilidade com uma forte educação ecossistêmica transformadora.
O projeto Mulheres no Timão destacou-se ao promover a cultura oceânica em eventos náuticos e terrestres, com foco na cultura oceânica, no conceito de Lixo Zero e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 5, que visa a igualdade de gênero e o
empoderamento de mulheres e meninas.
O nome Mulheres no Timão simboliza a união e o apoio mútuo entre as participantes, resgatando a tradição feminina, com foco na irmandade e coesão. As águas da Baía de Todos os Santos se tingiram de rosa com canoas havaianas, surfskis, SUPs, veleiros e caiaques, colorindo o domingo primaveril. Um dos momentos mais marcantes foi a embarcação "Orca", de Adriano Ribeiro, do projeto Baía Vela Mar, que valorizou a cooperação acima da competição. Junto com Adriana Muniz e Jacqueline Moreno, do Mulheres no Timão, a embarcação participou de uma aventura de coleta de resíduos, simbolizando que diversão e cuidado ambiental podem caminhar juntos. Moyses Cafezeiro e Nara Telles, do Observatório da Baía de Todos os Santos, também contribuíram com seus caiaques na limpeza das águas. José Augusto Carvalho, do projeto Fundo da Folia, entrou na força-tarefa com a prancha de SUP.
Em terra, as Mulheres no Timão criaram o Espaço Cultura Oceânica, com rodas de conversa sobre economia circular, com a presença de Annemone Santos, presidente da cooperativa de reciclagem Cata Bahia/Cata Rua, além de contações de histórias, realizadas por Jacqueline Moreno da Vegah Ecossistêmica e idealizador do projeto e Adriana Muniz da Sustentare, sobre o ecossistema marinho. Essas atividades envolveram especialmente as crianças e adolescentes do projeto “A Pedra que Ronca”, da comunidade de Itapuã.
Uma das grandes conquistas do evento foi o lançamento da proposta da Biblioteca Comunitária de Itapuã. Assim como barcos que navegam por mares de conhecimento, os livros serão fundamentais para transformar informação em aprendizado crítico. Livros foram doados pelo projeto e uma campanha de doações ajudará a fortalecer esse propósito. O dia encerrou com uma roda de dança circular, conduzida por Dandara Brazil, também integrante do Projeto Mulheres no Timão, que fez a celebração da a vida em movimento. Os gestos ecoaram amor, união de propósitos e consciência ecossistêmica, enquanto o sol se despedia no horizonte da Baía de Todos os Santos.
Outro destaque do festival foi a coleta seletiva, coordenada por Annemone Santos. Com o apoio de suas colegas, Annemone garantiu que o espaço fosse mantido impecável, reforçando a importância da inclusão social e da geração de renda em eventos sustentáveis. “É fundamental que os organizadores de eventos compreendam a relevância da inclusão social e da geração de renda para cooperativas de reciclagem, como a Cata Rua”, afirmou Jacqueline Moreno, da Vegah Educação Ecossistêmica e idealizadora do Mulheres no Timão. Ela completou: “Realizar um evento sem educação ecossistêmica e cultura oceânica é como fazer uma festa sem música, decoração, comida e bebida – é essencial.”
Adriana Muniz, parceria do projeto, concluiu: “Este festival exemplifica o poder da economia circular. Ao inserirmos cultura oceânica e consciência cidadã, cuidamos de todas as formas de vida da nossa Casa Comum.”
Próximos Rumos do Movimento
Para o próximo ano, o festival promete ainda mais arte, palestras, inovações, festivais de perucas solidárias e muito mais. Uma coisa é certa: o oceano estará presente em cada detalhe. As Mulheres no Timão estarão presentes e já adiantam os próximos rumos da carta náutica: próximo dia 27 de outubro estarão no Village Itaparica realizando a Oficina de Educação Ecossistêmica TransforMAR com o tema “A Força da Natureza do Matriarcado: Mulheres Impulsionam Mulheres” com Jacqueline Moreno, Adriana Muniz e Dandara Brasil.
A oficina será para marisqueiras, pescadoras, ambientalistas e proprietárias do empreendimento e tem como proposito criar o sentimento de pertencimento, cooperação, união de propósitos aliada a irmandade e visão ecossistêmica com a sociedade marinha dos cetáceos, em especial a família dos golfinhos, onde as fêmeas são as matriarcas e educadoras da sua prole. E tem mais bons eventos para acontecer. Vamos aguardar os próximos rumos do movimento.
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