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O que você vai oferecer a Yemanjá?


Foto: Site Mar Bahia

"Mãe d'água, rainha das ondas, sereia do mar, mãe d'água, seu canto é bonito quando tem luar; como é lindo o canto de Iemanjá, faz até o pescador chorar..."


A música que embala tantas homenagens à Rainha do Mar é também um singelo e poderoso presente a Yemanjá no dia 2 de Fevereiro. Pelo menos para muitos seguidores do candomblé, como inovou há alguns anos a ialorixá Mãe Stela de Oxossi, morta em 2019.


"Meus filhos são orientados a oferendar Iemanjá com harmoniosos cânticos. Quem for consciente e corajoso entenderá que os ritos podem e devem ser adaptados às transformações do planeta e da sociedade", declarou Mãe Stela, em entrevista ao jornal A Tarde.


Além de seguir as transformações impostas pelo mundo atual, a iniciativa segue em contraponto à maior parte das homenagens tradicionais, feitas com flores, objetos plásticos, vidros e inúmeros materiais que poluem o mar. A festa ganhou força não apenas no culto, mas também em dimensões de participação popular, que independente da religião, multiplicam as oferendas , muitas vezes sem a devida conscientização ambiental.


Foto: Site Mar Bahia
A orientação para quem deseja ofertar presentes biodegradáveis é oferecer flores 100% naturais. Em vez de jogar o frasco, perfumar o balaio ou usar fibras e adereços de fibra natural, sempre pensando na sustentabilidade do oceano.

Pós-festa


O mergulhador e ativista do grupo ambiental Fundo da Folia, Bernardo Mussi, conta o que resta para o mar após a festa. "O que vimos embaixo d'água foi uma sopa de plásticos, dezenas de balaios e outros materiais que iam se misturando para formar grandes emaranhados de resíduos sobre os corais da região. Tiramos uma parte pois a ação durou pouco mais de uma hora, mas ficamos super felizes pela boa energia naquele dia. Foi tudo lindo! E os Jardins da Casa de Iemanjá ficaram um pouco mais limpos e saudáveis".


Vale lembrar que prevenir e reduzir o  lixo marinho é um dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas), no intuito de proteger os oceanos. Para se ter uma ideia, o plástico leva em média 400 anos para se decompor no mar, o vidro cerca de um milhão de anos, papel seis meses, isopor em média 80 anos e metal 100 anos.


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