Projeto i9Oficinas Náuticas constrói novos rumos para jovens da Baía de Todos-os- Santos

O silêncio da Marina da Penha foi substituído pelo barulho de serras, furadeiras e risadas, durante dois finais de semana de imersão total. Vinte e cinco jovens em situação de vulnerabilidade social, mergulharam no universo da construção naval na segunda edição do projeto social i9Oficinas Náuticas, produzido pela Associação i9Vela – Náutica Solidária.

Desta vez, o desafio foi ambicioso: desenvolver lemes mais simples, robustos e baratos para as classes Dingue, Laser e Holder – e os resultados surpreenderam até instrutores experientes. Embalados pela música que diz “a Bahia já me deu, régua e compasso”, os participantes, com idades entre 14 e 18 anos, passaram por todas as etapas da construção de um leme para veleiro monotipo, como design inovador, peça com

metade das partes estruturais em relação aos modelos convencionais, aumentando a segurança, reduzindo custos de produção, manutenção e pontos de falha, corte e montagem e protótipos testados em condições reais na Baía de Todos-os-Santos, com ventos de até 18 nós.

Para Juan Sobral, coordenador i9Oficinas, foi feita uma união com a tradição naval baiana e a inovação. "Foi pura criatividade com os recursos disponíveis. Esses lemes são 30% mais baratos que os convencionais e tão resistentes quanto. Queremos que escolas de vela sociais de todo o Brasil tenham acesso", conta Juan.

Para a aluna Jamile Oliveira, de15 anos, a experiência também foi surpreendente. "No primeiro dia eu tremia para fazer um furo reto. Agora consigo montar um leme completo! Minha família nem acreditava quando levei o certificado para casa."

Números que impressionam

Durante a oficina foram construídos 18 lemes (3 para a frota i9Vela, 15 para venda, com 100% dos participantes tendo concluído o curso com certificação. Quem tiver interesse também pode fazer as encomendas de lemes para treinamento nas classes Dingue, Holder e Laser.

Futuro

Os materiais utilizados na oficina foram comprados pela i9Vela. A maior parte da renda das vendas vai para os alunos (via bolsa-aprendizagem), sendo o restante reinvestido no projeto. O objetivo é que futuramente haja uma oficina de reparo de velas, além de parceria com estaleiros para estágios remunerados e a criação de um manual técnico gratuito para escolas sociais coirmãs.

“Estes jovens estão acordando cedo para construir não apenas lemes, mas rotas de esperança para um futuro melhor. E, pelo rumo que estão tomando, o destino deles parece ser tão promissor quanto um mar aberto com vento a favor", acredita Juan.

Saiba como apoiar

• Encomendas diretas via Instagram @i9vela
  

• Para Empresas: Doação de materiais (chapas metálicas, madeira naval, tinta)

Patrocínio de kits de ferramentas

• Para Pessoas Físicas:

Financie um aprendiz: R$ 220/mês (cobre EPIs, transporte e alimentação)