Navegar traz sentidos infinitos na língua portuguesa. Mas um dos mais ricos talvez seja o literal: estar a bordo, singrar, sentir o balanço das águas sobre seus pés a te conduzir a um estado diferente de qualquer outro em terra.
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Foi assim ao navegar na 50ª Regata Aratu-Maragojipe. A convite da organização, fomos acompanhando o evento em uma escuna e, apesar de não estar velejando, a experiência traz recortes diferentes de um veleiro, como a capacidade de poder se deslocar mais fácil e rapidamente, acompanhar o interesse de outras pessoas que não conhecem o esporte nem sequer a amplitude de uma navegação feita exclusivamente com a força dos ventos.
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Faz quase 20 anos que fui à minha primeira Aratu-Maragojipe. Eu era uma garota insistente e muito distante desse mundo de marinheiros, que sempre teve o sonho de estar em um veleiro "de verdade". A estreia não foi lá bem assim (risos), mas também valeu passar um dia inteiro a bordo de um lambari sem capota. Testou bem a minha resistência. De lá pra cá, já velejei, mergulhei, fiz amigos, conheci outras águas, perdi duas máquinas, me queimei (muito), caí no mar, no rio e me dediquei quase que inteiramente a esse universo sem chão, guardando grandes recordações na vida.
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As regatas se repetem todos os anos, mas algumas são realmente especiais, como a 50ª Regata Aratu-Maragojipe. Organização, velas coloridas, água salgada, água doce, água com cevada e gente pra fazer tudo isso acontecer. O trabalho é árduo, mas trabalhar e viver cercado com o que a gente gosta talvez seja o que torne navegar pela vida ter um sentido realmente especial. Valeu!